" - NÃO ROUBARÁS!" disse alguém que não precisava.

Pornografia, puberdade, curiosidade, tara e muita (e bota muuuuita) inexperiência: é disso que se trata esse fato que aconteceu comigo há uns 10 anos atrás...

Quando eu tinha uns 13 anos por ai, me bateu uma vontade/curiosidade de ver uma revista de sacanagem (se fosse beeeem pornô do tipo “interna” seria melhor ainda), coisa da puberdade aliada ao fato de eu NUNCA ter visto (até então a coisa mais profana que eu conhecia se chamava “Cine Privé” (Emanueeeeeelle, lembram né?), maravilhoso por sinal, o marco de uma geração na minha opinião e também assistia uns filmes nacionais (escondido) na madrugada(já viram Rio Babilônia? Ótemo), Mas o “Cine Privé” e essas outras obras do cinema nacional já não me bastavam mais, eu precisava de algo mais “profundo” e que tratasse o tema de uma maneira mais “aberta” por assim dizer.

Nessa época eu nem sabia o que era internet e tal. Também não tinha acesso a esse tipo de material, não podia comprar e nem alugar um filme na locadora né?...por favor, eu era menor, e não tinha coragem pra isso...


Foi quando eu tive a brilhante idéia! (meu Senhor U_U’...)

"- Vou roubar!"- pensei eu.

Então, já decidido a alcançar meu objetivo, arquitetei um plano que pra mim era infalível. Parti numa jornada em busca da banca de jornal mais distante da minha casa que eu pudesse encontrar (e com um vendedor de preferência idoso pro caso de eu precisar correr). Me deparei com uma banca no centro da cidade (famosíssima...porra como eu era tolo), mas pra prevenir, levei dinheiro, afinal, era minha primeira vez.

Chegando na droga da banca, fiquei hoooooooooras olhando as revistas (tomando coragem), e levado por um impulso de “justiça e honestidade" me senti obrigado a comprar uma revista (pro prejuízo do moço ser menor). Comprei duas revistas, uma de música e outra de desenho, que me custaram os olhos da cara, coisa de 20,00 reais (pra alguém de 13 anos, com minhas condições financeiras, é uma fortuna).

Depois de pagar as revistas, fiquei por mais um tempo escolhendo a que eu iria "levar" depois...mas nem me toquei que o cara da banca tinha visto que eu tinha ficado sem grana depois de pagar as revistas (tenho essa teoria mas não sei se é verdade), resumindo...ele ficou me vigiando..............................................................mas de longe.

Pra encurtar a ladainha... peguei a merda da revista; mas uma bem vagabunda, devia custar uns 2,20, mas o desgraçado me viu.

Pra minha “sorte” ele foi um gentleman e esperou eu pegar a parada e esconder, pra só quando eu sair da banca, ele me abordar.

Foi isso que ele fez.

Quando eu cheguei perto da esquina só ouvi um grito: "- EI RAPAZ!”

Juro! Não sei como não me mijei ali mesmo... Fiquei congelado, meus planos de correr tinham ido por água abaixo, já que minhas pernas não me obedeciam, eu só queria chorar... (que vergonha). Puta que pariu maluco, como é que pode... eu ia ser preso, minha mãe ia comer meu * frito com farofa...e eu tinha todo um futuro pela frente...

Mas ele só fez pedir a revista de volta, nem olhou pra minha cara e deu as costas... ufa!

Minha casa é bem perto de uma igreja...na verdade é bem na frente, e da varanda pode-se ver o padre e ouvir o sermão dele. (aproveitando esse espaço: PORRA seu Francisco, se o senhor estiver lendo esse blog, dá pra diminuir o tempo de “tocação” do sino? 24 minutos de blem blem blem divididos em três vezes de 8 minutos de três a quatro vezes por dia é phoda gaton.)

Continuando, quando cheguei em casa, dei um pulo nessa igreja pra agradecer a Nossa Senhora por não ter sido preso ou, sei lá,espancado e violentado pelo jornaleiro (digo isso porque ele tinha um olhar estranho...meio amarelado e agudo)

Enfim, fiquei dias sem viver direito sempre pensando no diabo do homem gritando "Ei rapaz!” mas claro, como tudo na vida, superei lindamente esse episódio e estou aqui, dando este depoimento pros tarado mais inexperientes.

p.s.: dia desses eu passei por lá de novo (mas não tentei roubar nada)...acho que ele não lembra mais de mim.

p.s.[2]: não roubem...é pecado e você nunca vai saber quem tá olhando!

p.s.[3]: “no se toque!”